O setor de Fisioterapia tem desempenhado um papel fundamental na promoção da autonomia e funcionalidade de crianças com paralisia cerebral (PC), especialmente aquelas que apresentam graus moderados a severos de comprometimento motor. Dentre os casos acompanhados pela equipe, destacam-se evoluções significativas de crianças que iniciaram o tratamento fazendo uso exclusivo de cadeira de rodas e, com o tempo, progrediram para a locomoção com bengalas canadenses a marcha independente.

A abordagem fisioterapêutica adotada nestes casos foi baseada em protocolos individualizados, com foco em:

• Fortalecimento muscular global e segmentar
• Treino de marcha funcional, em esteira neurológica adaptada, com progressão segura de dispositivos auxiliares (andador para bengalas)
• Estímulo ao controle postural e equilíbrio dinâmico
• Alongamentos e técnicas para manejo da espasticidade
• Treinamento de transferências e posicionamento
  
  

Além disso, foram utilizadas estratégias como o treino em solo, terapia em escada, treino com apoio parcial de peso (como em esteiras suspensas), exercícios com feedback visual e atividades lúdicas, favorecendo a motivação da criança e o engajamento da equipe.

Em conjunto com outras áreas da equipe interdisciplinar, a fisioterapia também contribuiu para decisões quanto ao uso de órteses, indicação de aplicação de toxina botulínica e planejamento de intervenções cirúrgicas corretivas, quando necessário.

Os resultados observados incluíram:

• Melhora no controle postural em ortostatismo
• Aquisição da marcha funcional com auxílio de bengalas
• Redução da necessidade de assistência para locomoção em ambientes adaptados
• Aumento da independência nas atividades de vida diária
  
  

Tais avanços reforçam a importância do trabalho contínuo, especializado e baseado em metas funcionais, permitindo que crianças com PC atinjam níveis mais elevados de autonomia e qualidade de vida. O setor de Fisioterapia reafirma seu compromisso com a reabilitação centrada na criança e na família/cuidador, contribuindo para a construção de trajetórias de superação e inclusão.